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21.5.05

REFLEXÔES SOBRE A VIOLÊNCIA NO BRASIL (OU ONDE AS COBRAS MORAM)

Uma das coisas que mais me preocupa e me impressiona é a questão da violência no Brasil. Dados do IBGE nos mostram que os Estados: Roraima, Pernambuco e o Rio de Janeiro são os estados com uma média de 50 assassinatos por 100 mil habitantes, qual a razão de tanta violência e desrespeito para com a vida humana? Parece que os fatores são vários e complicados, num país onde o salário mínimo passará em junho, para R$ 300 reais, o desemprego assola junto com a fome e a proliferação das favelas. Mas será que as causas e seus maléficos efeitos são tão complicados assim?

Não, não, definitivamente não, querem nos fazer acreditar nisso, nos enfiar goela abaixo essas baboseiras, (conversas de botequim). O problema da violência no Brasil é mais simples do que as nossas autoridades quer que pensemos. A essa altura você deve estar se perguntando, “se é tão fácil assim porque a violência aqui é tão grande e descontrolada?” Pois é, no Brasil tudo se torna mais difícil e tortuoso.

O tráfico de drogas que é uma das principais causas da violência, elegeu como os seus lugares preferidos, a favela e os bairros pobres, onde o público alvo são os adolescentes, que se tornam empregados do tráfico, para trabalhar como: aviões (os que fazem a entrega da droga) e os que fazem o serviço de segurança (para os chefões). O interessante é que estes jovens que se metem no narcotráfico, não é para comprar comida ou ajudar a família, e sim para comprar os tênis da moda, roupas de marca ou para sustentar o próprio vício e outras futilidades.

É ai que vemos a inércia e a impotência do poder público que é ausente nas favelas e nas periferias das grandes e médias cidades, onde as escolas não têm estrutura para oferecer um ensino de qualidade. Se tivéssemos escolas decentes, como no Japão, onde o aluno passa o dia todo na escola, estudando e praticando algum tipo de esporte, não teríamos tantas crianças e adolescentes nas ruas, e, fica claro pelo menos para mim que, antes da falta de dinheiro é a falta idéias e ideais que levem esses jovens a tomar gosto pela cultura e educação, ao invés de tomar gosto pelo crime. Pois a miséria não é fator determinante das causas da violência, aliás, esse discurso foi muito usado pelos partidos de esquerda de nosso país, coisa que eu sempre achei uma ofensa as pessoas pobres, pois chamava todo pobre de um marginal em potencial.

Outra coisa que me causa inquietude é a questão das armas, onde está marcado para breve um referendo popular para decidir se a população brasileira quer ou não quer a proibição de venda e compra de armas, QUE RIDÍCULO! Será que as nossas autoridades pensam que os bandidos (grandes traficantes, assaltantes de bancos e toda marginália em geral) compram armas de fogo em lojas, que inocência! Todo mundo sabe que essas armas são contrabandeadas através da nossa grande fronteira onde já entrou até bazucas e metralhadoras e etc.

E ainda tem as famosas passeatas organizadas e patrocinadas pelas ONGS e pela nossa imprensa, no qual sai um bando de gente vestida de branco e fazendo sinal de pomba da paz com as mãos, como se isso bastasse para reduzir os índices de violência. Estamos calejados dessa hipocrisia toda! Temos que tomar como exemplo as marchas contra a violência e narcotráfico na Irlanda do Norte, que ficaram mais fortes ainda, depois do assassinato da jornalista Verônica Guerin (morta pelos chefões do tráfico por denunciá-los), essas marchas acontecem não com pessoas vestidas de branco, e, nem à luz do dia e sim na noite nas regiões assoladas por traficantes com gritos de “SAIAM DAQUI” e “FORA DO NOSSO BAIRRO”, e até mesmo expulsando os traficantes, reduziu-se muito a ação dos marginais. Outro exemplo infelizmente tomado de outro país (pois gostaria de ter exemplo do nosso país) é a tolerância zero em Nova York, onde a polícia tinha ordens de ficar circulando em carros pelas ruas para coibir à ação dos marginais e quem fosse abordado sem documentos seria preso, essas simples medidas reduziu em mais de 70% a criminalidade. Aqui os policiais ficam dentro de módulos, ou seja, imóveis, as rondas, quando acontecem são diminuídas por alegação da falta de gasolina. Ora! Por que então não colocam carros de polícia movidos a gás natural? E porque os policiais brasileiros em sua maioria são tão despreparados? E não me venham com essa história de que ganham pouco, pois, ninguém é obrigado a aceitar o emprego, porque fazem concorridíssimos concursos, e, sem falar nas absurdas greves das polícias, nos tornando reféns da criminalidade em troca aumentos salariais. O tempo clama por um novo código penal para segurar a marginalia atrás das grades, por falar em grades é preciso a construção de novos presídios (no mínimo uns 50).

Como podem ver, apontei alguns exemplos porque não preciso ser (nem você), nenhum expert em segurança pública para saber onde as COBRAS MORAM. É por isso que não suportamos mais a violência! Não suportamos mais as grades em nossas casas! Não suportamos mais o medo! Não suportamos mais os esquadrões da morte e os medonhos linchamentos! Não suportamos mais a incompetência e inércia das autoridades que se reflete nas polícias! Não suportamos mais as chacinas e a violência policial! Não suportamos a corrupção! Não suportamos mais as mortes violentas de pessoas próximas! É preciso que nós tomemos sérias posições diante disso. Ou melhor, uma pergunta: a quem interessa toda essa engrenagem da criminalidade?




O Martelador.